Recentemente, já todos ouviram alguém contar ou receberam (pelo menos) um e-mail com uma história mais ou menos como esta:
Um homem encontrou uma carteira no autocarro que continha muito dinheiro, achou por bem entrega-la ao dono, contactou-o e encontraram-se. O dono da carteira era árabe, ficou muito agradecido pelo gesto, uma vez que a carteira possuía mesmo muito dinheiro e quis retribuir a amabilidade dando-lhe algum dinheiro ou fazendo-lhe algum um favor, mas o homem recusou determinantemente. Assim sendo, o árabe, de tão agradecido resolveu confidenciar-lhe: “já que o senhor não quer aceitar nada vou dar-lhe um conselho: Não beba Coca-cola.”
Ora bem, perante esta história as pessoas tem dois tipos de reacção:
Hipótese A – Não acreditam e acham que é uma grande treta. Eu, pelo contrário, acho a história bastante possível e verosímil. Aliás, já muitas vezes e em diversas ocasiões, tenho aconselhado pessoas a não beberam Cola-cola. E digo-o principalmente àqueles que tem a mania de a misturar com whisky. Quando o fazem à minha frente vou até mais longe e mesmo sem dever favores, acrescento, “não bebas Coca-cola, pá! E se o whisky for velho nem sequer o bebas com gelo, percebes? No máximo dos máximos uma gotas de água lisa, senão estás a estragar aquilo que pode ser um great scotch!!! Ouviste? OUVISTE BEM???
Depois disto, sorvo um grande trago de James Martin's 20 anos e fico mais calmo.
Hipótese B – Acreditam e ficam assustadas ao pensar que se trata de um sério aviso ou uma advertência para algo terrível. Mais uma vez sou forçado a discordar. Eu ficava preocupado é se me dissessem para não beber vinho tinto! Agora, este tipo de conselhos revela até uma atitude louvável e bastante salutar. Estou certo que o tal árabe, conhecedor das regras básicas para uma vida saudável, disse “não beba Coca-cola” como poderia ter dito:
- Olhe, não coma no MacDonald’s.
- Não masque pastilhas elásticas com açúcar.
- Não abuse dos enchidos.
- Não dê na heroína.
- Não se fala com a boca cheia.
- Não beba água da torneira.
- Não coma ninfomaníacas.
- Não deixe de ir ao dentista duas vezes por ano.
- Não beba coca.
- Não beba cola.
Pela sua saúde (e também pela minha), por favor, não complique.
O Blogger mudou. Pelos vistos Maio é evolução. Talvez por isso os blogs têm andado com problemas. Talvez por isso também não tenho conseguido comentar. Exactamente por isso tenho que deixar aqui o comentário a um post que me comoveu e que é da amiga que tem uma Porca de Vida. É um apelo de alguém que está a deixar de fumar e pede testemunhos e experiências que a possam ajudar.
Aqui fica então o meu comentário:
Querida SGM,
Também eu deixei de fumar na longínqua data de 1 de Setembro de 2003. Como o tempo passa, parece que foi há 8 meses que eu ainda andava com cigarros na boca a alcatroar os pulmões. Quero deixar-te uma mensagem de esperança. Custa muito ao princípio, eu sei, mas acredita em mim, daqui a 20 anos já não vais pensar tantas vezes em sorver nicotina. O pior de já não fumar é mesmo o facto de agora não me dar jeito nenhum ficar nervoso. Por exemplo, como também não tenho o vício de roer as unhas, sempre que o Benfica joga ou cada vez que vou sair com uma rapariga, tenho que pagar a um arrumador para fumar um maço inteiro de cigarros por mim..(E agora punha precisamente aqui, um sempre imprescindível smile amarelo)
De vez em quando apetece-me tecer umas desconsiderações sobre o cinema português.
O problema é que pensar no cinema português é um trabalho extremamente difícil: primeiro tenho que interiorizar um elaborado exercício de imaginação ao fazer de conta que existe cinema português. Depois, como se isso não bastasse, tenho que inevitavelmente falar do Manoel de Oliveira. Aliás, não devo andar muito longe da verdade se disser que só ele, deve ser responsável, pelo menos, por metade do cinema português. Isto se houvesse cinema português...
Eu não disse que era complicado?
Mas o Manoel de Oliveira é sem dúvida nenhuma um realizador sem igual. Toda a gente já sabe que eu até estou convencido que ele é o único realizador do mundo que dispensa a palavra “Acção!” quando começa a filmar. (E, ou muito me engano, ou à avaliar pelo tamanho das cenas dos seus filmes, ele também é bastante renitente em usar a palavra “Corta!”.)
E se pensarmos bem, todo o cinema português em geral dispensa a palavra “Acção!”.
Já se fizeram por cá todos os géneros de filme:
Temos comédias. Pelo menos eu desmancho-me a rir cada vez que vejo, em praticamente todos os filmes portugueses, todas aquelas interpretações teatrais. No fundo é mais ou menos a mesma coisas que ter o Shakespeare participar no Big Brother.
Temos drama. São sem dúvida nenhuma um drama os números de espectadores a ver cinema português. E ainda é mais dramática a percentagem de espectadores que os vão ver mas saem a meio.
Temos terror. Bem vistas as coisas toda a história do cinema português é um autêntico terror.
Temos suspense. Continua a haver um enorme suspense em se saber quando é que finalmente será feito um filme relevante e de gosto inquestionável em Portugal.
Agora filmes de acção é que nada! Até já se fizeram filmes sobre a guerra colonial em que foi um autêntico suplício para se conseguir ver alguém a disparar um tiro!
Imaginem:
Produtor: Você está a dizer-me que quer dinheiro para um filme de guerra e não vai morrer ninguém?
Realizador: Genial não é?
Produtor: Mas metade do filme é passado no meio do mato em Angola, com um bando de soldados armados até aos dentes e ninguém chega a carregar no gatilho?!
Realizador: Exactamente. Como deve saber a minha visão do cinema está num plano superior a isso. Digamos que é um filme mais sobre a guerra psicológica.
Produtor: Guerra psicológica??? Ó amigo, ou você mata pelo menos meia dúzia de pretos ou a única coisa que há aqui vai haver de psicológico é o dinheiro para o filme!!!
Depois do desgastante e sempre alucinante fim-de-semana na cidade de Porto não posso deixar de fazer uns AGRADECIMENTOS ESPECIAIS:
À minha querida amiga Guida, um amor na minha vida, que nunca hesita em me hospedar e acolher. A Guiduxa é tão boa anfitriã e estraga-me com tantos mimos que não hesitou em levantar-se mais cedo, depois de uma noite (madrugada? Manhã?) duríssima, para nos ir comprar para o pequeno-almoço (almoço? Lanche?), morangos e o meu mais recente vicio: um Kinder Delice. Estou tão agarrado aos Kinder Delice que já não consigo imaginar a minha vida sem eles. A Guida foi capaz de perceber a minha dependência como ninguém.
Ao Telmo e ao Ruizinho que nos aturaram e orientaram do alto da sua sobriedade. Este agradecimento é ainda mais sentido porque considero que estar num recinto com centenas de barracas onde só se vende álcool, conviver com pessoas que a única coisa que fazem é comprar álcool, é um sacrifício tão grande e incompreensível como a Paixão de Cristo.
À Mão divina, que apesar de tudo, me impediu de alinhar em shots com nomes tão estimulantes como “Bomba Atómica” ou “Cirrose”.
Ao José Manuel, estudante de Belas Artes e que eu não faço a mínima ideia quem seja. No entanto foi com o seu cartão de estudante, que me emprestaram, que eu pude simular que ainda era estudante e assim pagar o bilhete muito mais barato.
À bela morena dos olhos verdes que tornou a minha noite (madrugada? Manhã?) de sábado bem mais divertida e excitante. Nestas noites de insanidade temporária nunca se sabe se tudo aquilo que é dito é verdade mas se ela for mesmo quase juíza como me contou, espero poder continuar a minha vida sem nunca mais a ver.
Ao taxista que às 8 da manhã, durante a viagem até S. Mamede de Infesta, participou alegremente na sessão fotográfica que ocorreu no seu táxi ao Dr. Marco, candidato pela lista do PP ao Parlamento Europeu e no momento completamente embriagado e a bezerrar que nem uma pedra no banco de trás. Obrigado por ter acendido as luzes diversas vezes para tornar as fotos mais nítidas e pela sua cumplicidade. Estou certo que se a história que inventámos na hora fosse verdade, o dr. Paulo Portas ficava-lhe-ia eternamente grato.
Ao cozinheiro do restaurante em Leça que fez no Domingo a melhor cataplana de marisco de que eu tenho memória e que foi o melhor comprimido para a ressaca que eu alguma vez tomei na vida.
A todas as colegas bloguistas do Porto que acorreram sem vacilar e quase em histerismo, ao recinto do Parque da Cidade apenas para me verem e não me encontraram. Não fiquem tristes que eu próprio ainda não me encontro lá muito bem. E fica já aqui combinado, para uma próxima oportunidade, o regresso do Bidé ao Porto, para partilhar convosco uma orgia gastronómica e de quente cavaqueira sem limites nem tabus.
A todos estes estou muito agradecido. A dolorosa vida real, segue dentro de momentos.