Quem tinha perdido o extraordinário lançamento d' OBidé Apresenta Leituras de Casa de Banho na Fnac do Colombo, nesta 2a feira voltou a perder também a apresentação do mesmo, na Feira do Livro de Lisboa e julgava que se tinha visto livre do evento de uma vez por todas, estava muito enganado! É que eu não posso deixar de partilhar com todos vocês a grande entrevista que o Marco Horácio fez ao Manuel Marques no lançamento (e que se repetiu noutros moldes esta semana).
Isto porque o Manuel Marques não é apenas a figura pública que vocês vêem no Herman SIC. Não, o Manuel Marques também tem vida privada. Exactamente por isso, deu-me a honra de ser o PRIMEIRO HOMEM A TESTAR O LEITURAS DE CASA DE BANHO!
Foi mais ou menos assim, mais coisa, menos coisa:
Marco Horácio – Manuel Marques
Vamos agora entrevistar o homem que teve a oportunidade única de ser o primeiro a ler o LEITURAS DE CASA DE BANHO. O Manel.
Manel, o que é que nos podes dizer acerca deste livro?
Portanto, achei que é um livro com duas partes completamente distintas, nomeadamente a primeira e a segunda.
Hum… Certo... Queres aprofundar?
Ora bem, na primeira parte temos as capas e na segunda parte temos as páginas propriamente ditas. Acho que ambas estiveram ao seu melhor nível e quem não achar piada, só se pode queixar de si próprio.
Ah. Interessante. E como é te sentiste sabendo que eras a primeira pessoa a ler este livro?
Tenho de dizer que foi uma grande honra poder representar todos os leitores, sei que as pessoas esperavam muito da minha performance mas penso que estive tranquilo, dei o meu melhor, dependia só de mim e o importante é que no final ganhei uma boas gargalhadas.
Manel o que é pensas que as pessoas vão achar do LEITURAS DE CASA DE BANHO?
Meu amigo, prognósticos só no fim do livro.
Está bem Manel. E o que achas deste novo autor português?
Penso que entrou muito bem e nem parecia que era o seu primeiro livro. Acho que o Nuno Gervásio é um humorista com “U” grande.
E o que é que achaste do meu prefácio?
Se calhar não entraste assim tão bem no início do livro mas mostraste trabalho, espírito de equipa e o importante é que não comprometeste.
Obrigado Manel, és muito amável. Podes contar-nos um pouco da experiência que foi ler o LEITURAS DE CASA DE BANHO?
Sabia que não ia ser fácil, era um desafio duro, mesmo muito duro, até porque como todos sabem, com a quantidade de fibras e hidratos-de-carbono que hoje em dia se comem, já não há idas à casa de banho fáceis. Mas não acusei a pressão, tinha o livro comigo e estou satisfeito com o meu desempenho.
Como é que leste este livro?
Li com os olhos que estavam mais à mão.
Não Manel, o que eu gostava de saber é se usaste algum método especial para a leitura deste livro?
Ah sim, claro que usei. Posso dizer que li este livro usando o sistema táctico do 4 x 3 x 3.
4 x 3 x 3 Manel?
Sim 4 x 3 x 3. É que não sei se tu sabes mas eu tenho o organismo regulado. Isto parece um reloginho e tudo graças aos bífidos activos, não é? Portanto, vou três vezes por dia à casa de banho e aproveitei sempre para ler mais um pouco do livro. Ou seja, lia logo 4 textos de manhã, para começar bem o dia, depois lia 3 no fim de almoço e finalmente três à noite antes de me deitar.
Está bem Manel, mas e o que é que tens a dizer às famílias que pensam comprar o LEITURAS DE CASA DE BANHO?
Penso que o ideal seria comprar um livro para cada um mas se isso não for possível, há que agir com fairplay, não se agarrar demasiado ao livro e deixar sempre o LEITURAS DE CASA DE BANHO em cima do autoclismo ou do bidé, para a pessoa que vier a seguir também mandar uns pontapés nas amarguras do dia-a-dia.
Isso é muito bonito Manel. Obrigado. Se calhar o melhor é ires agora tomar um banhinho, não?
[Agradecimentos veementes e muito sentidos aos dois grandes actores. Obrigado pela vossa amizade.]
Ando muito desiludido com as nossas rotundas. Estamos a transformar-nos rapidamente num país repleto de rotundas feias e mal enfeitadas. Isto diz muito acerca do país em que vivemos. Isto e as nossas participações no Eurofestival da Canção. Acho que o problema é que nos últimos anos se construíram tantas rotundas, que começa a faltar a imaginação para as ornamentar com originalidade. Há tantos cursos por aí sem saída nenhuma, o que eu gostava de saber é, porque é que ainda não foi criada a carreira de Decorador de Rotundas? E porque não também, Arquitecto de Espaços Circulares?
A mim, ninguém me tira da cabeça que esta desmesurada mania de fazer rotundas em tudo o que é sítio, é mais uma forma dos governantes nos continuarem a dar a volta (e aqui pensa o leitor: cá está o trocadilhozinho costumeiro, até já estava a tardar.) Sim, talvez estejamos por esta altura a atingir o ponto de saturação máximo de rotundas. Não é exagero nenhum dizer que em Portugal há já quase tantas rotundas como ex-namorados da Elsa Raposo. Ou se quisermos ir mais longe, há tantas rotundas como o número de pessoas que não consegue parar de rir quando imagina o Marques Mendes a fazer body board.
Espaço agora para vos confidenciar os diversos tipos de rotunda que me fazem mais confusão à vista. E à condução.
Rotundas com estátuas de figuras históricas. Sim, alguém presta serviços inestimáveis à pátria e o que é que nós fazemos? Espetamos com uma réplica em bronze do indivíduo numa rotunda! Deixamo-lo sujeito à intempérie e à chapa do sol, com a cabeça a fazer de alvo para os pássaros e os braços a fazer de poleiro para os pombos. Se têm assim tanta consideração pela pessoa porque é que a tratam assim? Não era muito mais bonito e higiénico atribuírem o seu nome a uma rua e pronto? Por estas e por outras é que a mim não me apanham em feitos e serviços gloriosos à nação.
Rotundas com árvores. O que é isto de plantar árvores numa rotunda? Estamos a construir tantos prédios que só sobram estas pequenas redomas para fazer jardins? Cada rotunda com árvores não será apenas mais uma ilha rodeada de fumo e dióxido de carbono por todos os lados? E se é para encher rotundas com árvores, não deviam pelo menos ter o cuidado que faze-lo com árvores que representem ou simbolizem a região? Eu digo isto porque quem conhece, por exemplo, Leiria, sabe que logo à entrada da cidade dá de caras com duas enormes rotundas carregadinhas de oliveiras. Ora, toda a gente sabe que Leiria é mundialmente conhecida pelas suas oliveiras. Quem souber um pouco de História lembra-se perfeitamente que o D. Dinis mandou plantar o Olival de Leiria. E em Leiria também se pode encontrar rotundas com palmeiras, bananeiras e sobreiros. Estou convencido, que se se procurar bem, estará de certeza por lá, pelo menos uma rotunda com uma sequóia e uma outra com um guapuruvu.
Rotundas com pedras pintadas. Esta é a última moda em rotundas. Falo daquelas rotundas compostas por pequenas pedras de diferentes cores, de modo a formar desenhos enternecedores e coreografias visuais. A única coisa verdadeiramente interessante aqui e que não provocaria naúsea seria se o tipo que se lembrou disto nos aparecesse á frente e o apedrejássemos com todas as pedrinhas coloridas que estão no raio da rotunda.
Rotundas com flores, pequenas sebes e arbustos. Estas rotundas, com sinceridade, não me aquecem nem me arrefecem. Desde que o sistema de rega não esteja virado para a estrada! Além disso, é sempre bom saber que alguém se preocupa com as necessidades fisiológicas dos animais de quatro patas.
Rotundas com esculturas abstractas ou outras. O tráfego rodoviário não é só por si, suficientemente confuso? Será mesmo necessário baralhar mais a cabeça dos automobilistas? Ainda por cima este género de rotundas fica caríssimo. Não seria muito menos dispendioso para o erário público, levar uma camioneta a uma qualquer pedreira, esperar por uns rebentamentos, escolher os pedregulhos com os feitios mais estranhos e as arestas menos escanhoadas e depois carregar o carro? Não ficariam com esculturas suficientes para uma boa temporada, hum? Pensem nisto.
Rotundas com carros. Este é o tipo de rotundas que se podem observar em especial a altas horas da madrugada e com maior incidência ao fim-de-semana. As rotundas com carros no meio, muitas das vezes são concebidas com uma velocidade louca. São feitas tão à pressa e tão à bruta que há até, quem não tenha cuidado nenhum e acabe por abalroar placas de sinalização, barras de protecção e sinais de trânsito. Mais: alguns dos carros nem são novos, nem de boas marcas e até se encontram bastante danificados o que desfigura ainda mais a rotunda. E isto meus amigos, é uma vergonha.